6 de outubro de 1997 marca, não só, o dia em que Nuno Markl, 51 anos, recuperou a sua paixão pela rádio, mas também o dia em que criou a rubrica “O Homem que Mordeu o Cão”, a sua relação mais duradoura até agora. “Estou casado com esta rubrica há 25 anos. Houve paixão, houve amor, houve fúria, houve tédio, houve necessidade de acabar, houve separação e houve reencontro”, disse no episódio desta quinta-feira, 6 de outubro, intitulado “25 anos, mas ‘comássim’?”.
Foi com os conhecimentos adquiridos nas aulas de jornalismo, em que um professor ilustre o ensinou que a notícia não é a banalidade de o cão morder o homem, mas a extraordinariedade de o homem morder o cão, que o humorista e radialista criou o programa que hoje conta com exatamente cinco temporadas e 2842 episódios. Com a ajuda da música “Stink” da banda sonora do filme “Get Shorty”, a rubrica fazia parecer “cool”, o “caixa de óculos, de barba rala, com cabelo desgrenhado e vestido com t-shirts e camisas de flanela aos quadrados”.
25 anos passados, nada melhor do que celebrar o aniversário de uma das mais emblemáticas rubricas da rádio portuguesa com um objeto que mantém acordada a “criança interior” de Markl e o seu amor por brinquedos, sendo um ávido colecionador de legos e outras figuras. Para isso, o radialista recorreu à mascote que desenhou há 25 anos, “numa folha A4 manhosa, com um marcador grosso manhoso azul” e que digitalizou na “definição máxima do scanner manhoso que tinha na altura” para criar um peluche comemorativo para os fãs de “O Homem que Mordeu o Cão”.
A miniatura de um homem a morder um cão, em que o animal pode ser retirado “da boca do homem”, libertando-o “dos 25 anos de dentada”, ficando assim com dois peluches, já está disponível em pré-venda no website da loja Wild Planet. Com um custo de 19,99€, uma percentagem da venda reverterá para a associação “Ajuda de Berço“: “Mesmo quem não gosta de mim, pode comprar à vontade sabendo que nem um tusto entrará na minha conta bancária”, goza Markl.
A tempo do Natal
“Homem e cão, no seu fofo esplendor, estarão convosco em dezembro, a tempo de passarem o Natal com eles”, escreve o locutor numa publicação no Instagram. Com número limitado de peluches, os fãs do podcast poderão recordar a ida de Markl ao Ikea, em que raspou com o carro na portagem, o “Zé Bomba”, que tentou derreter chumbo numa frigideira e explodiu com a cozinha, o “Escorrega de Estepona” e muitos outros episódios da rubrica.
Além do peluche, Markl conta com uma coleção infindável de artigos destinados aos apoiantes da rubrica radiofónica, com um jogo para miúdos e adultos, que permite aos participantes criar as suas próprias histórias bizarras, e dois livros que reunem alguns dos episódios clássicos.
Carregue na galeria para ver algumas fotografias do peluche de Nuno Markl, cuja venda reverterá em donativos para a associação “Ajuda de Berço”.